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Não tem como criar uma criança sem choro.⠀

Podemos educar com respeito, com empatia, com amor e com uma lista enorme de sentimentos nobres, mas é cilada achar que dá para criar um ser humano sem discussões, lágrimas e um pouco de tristeza pelo caminho. ⠀

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Porque contrariar nossos filhos, quando necessário, também é nosso papel. ⠀

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Veja bem, nós sabemos que viver a base de um menu que contém apenas quinze ingredientes não é uma boa pedida.⠀

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Nós temos a consciência de que praticar o mínimo de atividade física é obrigatório e não opcional. ⠀

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Nós conhecemos os possíveis malefícios dos excessos. Reconhecemos amizades fora dos trilhos, inseguranças que precisam ser trabalhadas e medos que podem ser vencidos.⠀

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Nós temos a informação de que dormir não é apenas bacana, mas uma necessidade de saúde e bem estar. Que o tédio faz bem, que aquele brinquedo não é necessário, que sair de casa e respirar renova a alma.⠀

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Cabe a nós, adultos, a árdua tarefa de selecionar, dentro do possível, as lágrimas que precisam mesmo cair e as que são consequências do comodismo e ignorância. ⠀

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Nosso papel é o de acolher a dor de um “não” que precisava ser dito. E aqui entre nós, como é desafiador acolher. ⠀

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É difícil quando no auge do estresse a vontade é de mandar engolir o choro do mesmo jeitinho que engolimos o café, na pressa. Acredite, eu sei! ⠀

E afinal, quem disse que seria fácil?⠀

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Precisamos entender que lágrimas necessárias podem até doer, mas passar a vida toda ao lado de pais que não deixam as lágrimas caírem pode ser bem mais traumático.⠀

Autora: @rafaelacarvalhoescritora