gestante

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Tenho pensando sobre o tempo. Em como a vida que se leva não cabe no tempo que se tem, em como o tempo é silencioso e veloz, em como é bonito e cruel.


Esse mês, a morte de duas mulheres jovens da minha órbita, fizeram o tempo ter uma contagem, que me dizia: corre, que o fim chega sem aviso. Ao mesmo tempo, a lista de planos e projetos para 2022, meu combustível para manter o juízo no lugar, me põe atenta: será que vai dar tempo?


Olho para meu corpo e o tempo também está lá, mostrando que não nos poupa, mas nesse caso, tenho tentado sentir mais orgulho do que qualquer outra coisa. É um lembrete de que estou viva e que o tempo está me atravessando, ainda bem.


Meus filhos são o tempo em si. A cada dia, uma chegada e uma despedida. Uma vontade de não largar, abraçar para ver o tempo parar e também, deixar voar.


Para quê tanta pressa? Para quê tanta coisa?


Começo a semana me permitindo desacelerar, para conseguir ver melhor o que está ao meu redor: meus amores, o que faço, com quem eu falo e por que. Começo a semana dando espaço para tempo, para que ele não se torne um peso e sim, um passo. Para que eu consiga estabelecer o ritmo dessa dança que dançamos juntos e para que a minha existência aqui não seja uma urgência e sim, uma presença.


Autora: @luabarrosf