thiago

Um filho chega ao mundo e um pai precisa nascer. Para ocupar o espaço que só ele é capaz de preencher.

Um compromisso feito e renovado todos os dias. Nas pequenas decisões, nos pensamentos, nas abdicações e nos grandes planos de futuro.

Pai é presença, é frequência.

É saber dos sonhos, das comidas favoritas, das dificuldades, coceguinhas e dos dodóis.

É ficar nervoso com uma febre que não passa, é empurrar a bicicleta com duas rodinhas de apoio, depois com uma, e então pular junto, celebrando a mudança para a "bici de criança grande!”

Pai é fotografar a carinha amassada depois da soneca de domingo, é ficar com o braço amortecido, é carregar do banco do carro até a cama, é colocar na garupa, no colo, na banheira.

Pai é ler livro, é empurrar o balanço, ajeitar o cobertor, e não acreditar como o tempo pode estar passando assim, rápido demais.

Pai é temer. É conhecer o tamanho do medo que mora em um amor tão imenso.

Ter um pai é ter um refúgio. É quando nossa maior segurança e mais forte certeza ficam dentro do abraço de alguém.

Já ser um pai, por sua vez, é celebrar e honrar a responsabilidade de ser abrigo.

Autor: @rafaelacarvalhoescritora